quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Minha nobre lucidez insana



Porque eu tenho que ser forte?
Sempre eu tenho que ser a dona da força,
Saiba que essa carcaça na qual uso um dia estará a sete palmos abaixo da terra.
E então quem será forte?
Essa carcaça que irá apodrecer enquanto serve de alimento para os vermes?

Não faça nem tente iludir-me que as coisas são belas.
Mostre-me qual a beleza da morte?
Descansar?
Dane-se o descanso,
Mostre-me a beleza de viver!
Não existe o “viver” e sim sobreviver nesta humanidade.

Não me venha com essa escrota história de que tudo tem seu lado bom,
Isso se fala para uma criança quando perde um brinquedo,
“Olhe o lado bom, você irá ganhar outro!”
Sim tem razão,
É belo ver o pôr do sol refletido em um rio.
“A beleza está nos pequenos momentos.”
Tantas e quantas vezes já não ouvi e disse essa frase.
Porém são momentos realmente mínimos se comparados as desgraças vividas todos os dias.

Lágrimas escorrem pela minha face,
Banham minhas vestimentas;
Devaneios me ocorrem todo tempo,
Reflito sobre como parar minha dor,
Nada, apenas nada.
Não sei como pará-la.
Talvez se deliciar-me com o prazer doentio funcione.
E se comete-se loucuras?
E se cortes fossem feitos em meu pulso?
Isso sim seria belo.

Pois então,
Acho que não comentei sobre meu psico estar quebrado não?
Repito então uma frase em que hoje ouvi:
“Eu sou peça com defeito.”
Sábio foi quem a disse.
Tudo, Nada
São pequenas palavras para descrever coisas tão significativas.

E qual a cura para a confusão?
Já estou à beira de um precipício,
Porque não atirar-me nele?
O que será que aconteceria?
Chorarei então lágrimas de sangue,
E as esperarei escorrer e manchar minha face de vermelho.
Esperarei até que a força se esgote.
Até que eu fique exaurida.
Até que essa carcaça usada como armadura envelheça e já não tenha mais utilidade.
Talvez então assim descubra a cura.

Natasha Leão
06/10/2010

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