sábado, 30 de abril de 2011

Somewhere Only We Know


Tudo se partiu,

Você partiu, agora tão distante.

Meu peito se enche até transbordar saudade

E ai está você!

Deslumbrando amores.

Lembro-me das noites que passamos juntos,

Desde a primeira vez que por fim nossos lábios se encontraram

Passávamos horas silenciosas apenas nos entreolhando.

Nos sentíamos livres como pássaros sem rumo,

Voávamos para onde o vento nos levasse.

Noites que em claro passamos

Falávamos de nossos sonhos,

Eram sempre tão fora do comum.

Sentíamos culpa por pecar,

Mas se amar-te é pecado, declaro que serei uma eterna pecadora

Juntos formávamos um;

Você se foi e hoje existe um oceano entre nós

Cada um para um lado;

Seguimos nossos caminhos,

Mas será que foi mesmo o Certo?

A solidão tomou-me por completa.

Éramos um...

Não sei mais quem sou sem você.

Existe um oceano entre nós.

Natasha Leão – 30/04/2011



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Consciência!

Ando sem rumo,

Pulo no mar,

Com esperança de não voltar.

Mas esse foi apenas um pensamento de curta duração.

E ainda sim estou aqui!

Memória dolorosa,

Também irrelevante.

Ah, nobre coração.

Sempre tão frágil,

E para mim com tão pouca utilidade.

Por favor, não se esqueça de bombear meu sangue!

É o pouco que pode fazeres por mim.

Rios de lágrimas deixo fluir,

Escorrem e mancham minha face.

Corro mais do que nunca.

E minha fuga será inútil,

Pois o que me persegue jamais me abandonara.

Cale-se pássaro sem asas.

Seu som assombra meus ouvidos

E fazem de mim um poço de raiva.

Agora vá!

Encontre seu destino

Deixe que eu faça o meu sem teus palpites frágeis.

Tão frágeis como suas asas,

Que de ti foram arrancadas.

Sim, temo que tenha voltado.

Não creio que teve a audácia de vir.

Já disse que não quero,

Cansei de ter que pensar minhas atitudes e arrepender-me.

Já disse para ir e não mais me procurar.

Mesmo assim você apareceu.

Ah, Consciência!

Deixe-me.

Você fez de mim frágil.

Não mais a quero ver.

Ficarei aqui!

Em meu lugar,

Já desfiz meu plano de fuga

Agora vou descansar.

Cansei de ouvir sua ladainha sem fim.

E está sou eu;

Presa em meu mar de devaneios infinitos.

Sinto-me presa a algo que não devia,

Não queria.

Ainda sim estou aqui!

Confusa, talvez um pouco aflita.

Natasha Leão


28/04/2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quem acreditaria?

Então, quem acreditaria?

Não era mais eu mesma.

Estava coberta de fogo sem chamas.

Queimava mais do que qualquer um poderia imaginar.

Um sorriso sarcástico invadiu meus lábios,

Perdi o controle de mim!

Senti-me então mais forte do que jamais fui,

Uma força inexplicável.

Ainda queimava,

Eu sentia a cada momento mais quente;

Queimava.

E eu simplesmente não sentia nada.

Não me toque!

Pois do contrário, terá consequências dolorosas.

Ninguém entenderia!

Então...

Quem eu era naquele momento?

Manifeste-se se tiveres minha resposta!

Sempre soube que era fraco;

Você não têm forças para me confrontar.

Neste momento sinto como se ninguém tenha força suficiente.

Encare-me então,

É claro, se agüentar.

Fogo sem chamas!

Não sei explicar;

Foi muito rápido.

Tudo desapareceu em segundos.

Só me restou a dúvida

E é claro,

O sentimento de estar mais forte.

E quem acreditaria?

Quem possui força?

Alguém sabe a resposta?

São tantas perguntas e tantos fatos,

Até posso compreender a confusão.

Mas não garanto que ainda sou eu!

Ainda sinto arrepios, sem explicação.


Natasha Leão

27/04/2011

sábado, 9 de abril de 2011

O Dia vermelho....

Nesta manhã vermelha, queria estar apenas ao teu lado... Para nós contemplarmos a beleza da madrugada...

Apenas ouvindo o doce som da sua respiração...

Queria poder, conjugar com você, o verbo liberdade...

Mas como isso? Liberdade não é verbo...

Foda-se... Faríamos-nos ser...

Queria estar no frio dos teus doces braços mórbidos e gelados...

Queria sentir o teu doce perfume, passando por minhas vias nasais e chegando ao meu cérebro....

Queria que nossas madrugadas juntos, ñ se apagassem com o tempo... Nem fossem levadas pelo vento como cinzas...

Queria que você estivesse aqui comigo... Para eu fumar meu cigarrinho junto com você... e você tomar sua vodca...

Queria você aqui comigo, me fazendo companhia... Nessa manhã tão fria e vermelha...

Queria que nossa história, não se acabasse como um filme... Mas que fosse infinita...

Queria que você estivesse aqui agora... Este silêncio... apenas eu e você...

Queria que novamente, nós ficássemos nos entreolhando... Como duas crianças inocentes

Queria estar com você...

Apenas com você...

M. Death

2009

sexta-feira, 8 de abril de 2011

The Suicide

Uma jovem,

A confusão,

A Ilusão.

Ela não mais sabia quem era.

Pensou que era certo se amadurecesse rápido.

Tinha uma mente aberta e bem focada.

E isso não foi motivo para conforta lá.

Ela não sabia quem era.

Todos conheciam um pedaço dela,

Mas ela não se conhecia.

Não viveu a felicidade,

Apenas a conheceu na teoria.

Talvez tenha errado ao escolher seu caminho.

Suas tentativas esgotaram.

Ela nunca chorou de verdade.

Isso a machucava,

Ela nunca quis ter uma família.

Mas teve.

Sempre quis atenção,

Mas nunca a teve.

Preferiu a solidão.

No começo ela gostou,

Até que isso começou a machucar.

Esqueceu de viver,

Sua realidade passava-se dentre quatro paredes.

O que amava estava lá.

Ao menos um pouco;

Foi feliz,

Isolou-se.

Ela ficou sem escolhas.

Foi até a cozinha e pegou uma faca,

A escondeu,

Cortou os pulsos.

Por um tempo foi bom.

A fez esquecer a dor inicial.

É o ciclo,

Aquele ciclo que ela não viveu.

Aquele no qual ela pulou etapas.

Achou ser certo.

Errou,

Sofreu, se machucou.

Ficou sem tempo.

Estava em um pesadelo,

Não sabia mais quem era;

Em seu quarto procurou,

Encontrou, bem ali.

Ali junto as suas roupas a faca na qual ainda tinha vestígios de seu sangue.

A última escolha a ser feita.

Seu último pedido,

E escolheu apenas uma música.

Não a esperança, mas a música.

Aquela na qual foi o último som que ouviu antes de seu suspiro final.

Será que é o fim?

Ela se foi.

Cansou de si mesma,

Pois foi a única coisa que ela sempre teve,

Não se preocupe,

Ela não acabou com a vida dela!

A vida dela já havia acabado antes de ela por o ponto final.


Natasha Leão

02/04/2011

The Suicide

Uma jovem confusa, triste e agoniada, já não sabia mais quem ela era, ou o que ela era. Lutou bravamente, desistiu depois reergueu-se até que por fim decaiu.

Começou quando a menina que tinha de ser criança resolveu crescer, aos sete anos de idade ela já havia passado por mais coisas que as crianças suportam, teve de lidar com problemas que não eram seus, não estava na hora dela tomar conhecimento dos mesmos, demonstrou tristeza, ninguém se quer estendeu a mão, ela cansou, guardou seus sentimentos para si achou ser o certo, ninguém sentiria falta, exceto ela, tornou-se uma criança “rebelde” não sabia o que era certo, fugiu, apanhou, brigou, gritou, desejou a morte, nada adiantou, ninguém a queria ouvir. Desistiu, mesmo sendo pequena já sabia que não adiantaria, e então trancou-se em si. Sofreu diversas vezes sempre calada, no escuro da noite a vagar sem rumo, seu caminho sempre foi incerto, desde antes de seu nascimento, chorou lágrimas falsas apenas para dizer que chorou, aos nove anos de idade tentou suicídio três vezes, não teve coragem, fugiu, apanhou, brigou, gritou, desejou a morte, nada adiantou, ninguém a queria ouvir. Cresceu, aos 14 anos de idade já era madura o suficiente, desabafou, novamente de nada adiantou, de novo, e de novo, nada, decepcionou-se com quem mais confiava, fez novos amigos, entristeceu, se ergueu, confiou, errou, sofreu, perdeu a confiança pela segunda vez, trancafiou-se de forma mais segura, por horas chorou, as lágrimas não eram verdadeiras a dor ainda estava ali. Completou 16 anos, cortou os pulsos pela primeira vez, mergulhou, perdeu o ar, percebeu que em sua vida sempre faltou algo, e aquilo a sufocava, caiu em um poço sem fim. Tentou, lutou, chegou à metade do caminho, olhou para trás, viu seu passado. Aos 17 anos procurou a chave para se encontrar, se procurou, não sabia quem era nem onde estava, sufocou-se em sua própria agonia. Planejou um bom futuro, pensou em filhos, profissão, imaginou como faria tudo para ser uma mãe perfeita. Foi triste, procurou o amor, a felicidade, mas eles já estavam longe, ela jamais os alcançaria se perdeu mais enquanto procurava.

Jamais se encontrou, enfrentou, se defendeu, ouviu e assentiu, abaixou a voz, nada adiantou, ninguém a queria ouvir, desejou a morte. Demonstrou felicidade, distribuiu sorrisos, era tudo falso e ela sabia, cortou os pulsos, mergulhou a sua procura, não se encontrou, procurou de novo e de novo, não se encontrou, sabia que era tarde de mais, ela jamais se encontraria novamente. Cansou, sabia que tudo aquilo era uma farsa, ela já havia esquecido de viver, viver uma vida que não era dela, como poderia ser dela? Ela nem sabia quem era. Desistiu ali seria seu fim, já estava decidido, não mudaria de idéia, mesmo que mudasse já seria tarde, caminhou, apanhou a faca que estava guardada sentiu o gosto do metal, a lamina que perfurava e cortava bem ali, onde tudo começou, ali no centro de seu corpo, que um dia ela acreditou que a ligaria a um filho. Teria de terminar no ponto em que seria um novo começo, e pela primeira vez escorreu uma lágrima verdadeira, ela esqueceu de tudo que passou, apenas sorriu ao sentir pela primeira vez o verdadeiro gosto da lágrima.

Ela fez o que achou certo de sua vida, aquela que já havia acabado no dia de seu nascimento. E ela era só uma criança!

Natasha Leão

02/04/2011

Das cinzas e do pó.

Mais um dia

Outra batalha recomeça.

Mesmo na dúvida eu irei tentar,

Não sei como irá terminar.

Vejo uma resposta,

Jogo para crer.

As gotas continuam a cair

O barulho ainda me irrita.

Apesar das dores eu levanto,

Sei bem que de nada adiantara se não tentar.

Sinto dores!

Porém não é motivo para desistir.

Apesar de tudo irei tentar!

A força é um dom;

Muitos a usam de forma errada,

Mas eu serei forte para superar!

Pode ser que nada adiantara,

E então levanto-me e fecho a torneira,

O barulho não mais me incomoda.

Procuro mais forças até das cinzas eu renasça assim como uma fênix.

Me encontro no fundo de mim.

Não desisto enquanto a sabedoria não encontrar.

Lágrimas escorrem,

A dor novamente me consome!

Eu ajoelho-me e respiro fundo.

“Não, eu não desistirei. Minha vitória eu conseguirei!”

Por um momento crítico minha existência,

Crítico a humanidade e com razão!

Mas sei que minha realidade e outra.

Encontro forças e sabedoria.

Por fim consigo levanto-me e sigo enfrente.

E no fim do dia descubro que nada foi em vão.

A vitória conquistei.

Natasha Leão – 01/04/2011

A bomba!

Tic Tac, Tic Tac...
Faz o relógio dentro de mim,
O tempo corre!
E a vida passa;
Logo chega a insanidade!

Tem uma bomba relógio dentro de mim,
Meu tempo está acabando.
Não é justo!
Por que eu?
Sim cometi meus lúdicos pecados,
Certas vezes cometi injustiças.
Por outro lado, sempre fiz tudo para agradar a população alheia.

Tic Tac, Tic Tac...
Este barulho está me enlouquecendo;
A solidão por fim me alcança,
As luzes me cercam,
Um clarão cai sobre mim;
Tudo dentro de mim agora está claro.
E no meu fim a resposta é desvendada!

Descobri o que deveria ter feito durante toda minha vida,
Deveria ter pensado mais em mim;
Por todo este tempo medíocre só pensei nos outros e em suas opiniões.
Nunca me preocupei realmente com a minha vontade,
E ainda fui chamada de egoísta.

É meu tempo chegou ao fim!
E minha bomba está prestes a jogar tudo para o alto.
Talvez assim meu fim não seja tão trágico!
Despeço-me de minhas paixões.
Agradeço a os que me odiaram,
Pois com este ódio foi com que mais aprendi.
E agora tudo irá para os ares!

Natasha Leão
28/10/2010

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Monotonia


Os dias são todos iguais;

Viramos escravos do dinheiro.

Levantamos cedo, trabalhamos, estudamos

Prezando um futuro melhor

Para colocar comida na mesa,

Pagar contas...

Todos os meses acabam iguais.

Tentamos fazer o diferencial,

Mas no fim nos damos conta de que nada mudou.

Os cachorros continuam na porta nos esperando,

Os gatos continuam fugindo,

E os pássaros continuam nos irritando.

A humanidade continua a mesma!

O cigarro continua aceso.

A guerra não acabou,

E não acabará até que todos caiam.

O copo continua cheio,

Transbordando cotidiano.

O ciclo nunca muda!

Os fieis continuam indo as igrejas procurar perdão,

Continuam passando por testes divinos.

Continuam achando que tudo que dá errado é demônio,

E não porque erraram.

Na realidade eles não aceitam os próprios erros.

As orações ainda são iguais!

Nada muda.

Os anos passam,

A realidade se distorce, e avança

Em pouco tempo volta a regredir.

Sempre os mesmos sermões,

E continuamos cometendo os mesmos erros!

O leito de morte é sempre triste;

A louça sempre volta para pia.

A casa sempre suja novamente.

As fotografias sempre envelhecem.

Nós sempre envelhecemos,

Assim como aconteceu com nossos antepassados!

A vida pode ser comparada a uma droga,

No começo você fica feliz,

Depois fica monótono.

No fim quando percebemos o que se passou já é tarde,

Já estaremos no fim!

As lágrimas são sempre salgadas;

A tristeza sempre dói;

A vingança é sempre cruel;

O amor sempre terá um destino;

A felicidade sempre estará em algum lugar;

As mulheres continuam perdendo seu valor.

As lições são sempre as mesmas;

O cigarro apaga.

Os cortes sempre deixaram marcas,

O suicídio sempre será a última escolha,

Copo fica vazio.

E sempre o mesmo adeus!

Natasha Leão

31/03/2011