sexta-feira, 8 de abril de 2011

The Suicide

Uma jovem confusa, triste e agoniada, já não sabia mais quem ela era, ou o que ela era. Lutou bravamente, desistiu depois reergueu-se até que por fim decaiu.

Começou quando a menina que tinha de ser criança resolveu crescer, aos sete anos de idade ela já havia passado por mais coisas que as crianças suportam, teve de lidar com problemas que não eram seus, não estava na hora dela tomar conhecimento dos mesmos, demonstrou tristeza, ninguém se quer estendeu a mão, ela cansou, guardou seus sentimentos para si achou ser o certo, ninguém sentiria falta, exceto ela, tornou-se uma criança “rebelde” não sabia o que era certo, fugiu, apanhou, brigou, gritou, desejou a morte, nada adiantou, ninguém a queria ouvir. Desistiu, mesmo sendo pequena já sabia que não adiantaria, e então trancou-se em si. Sofreu diversas vezes sempre calada, no escuro da noite a vagar sem rumo, seu caminho sempre foi incerto, desde antes de seu nascimento, chorou lágrimas falsas apenas para dizer que chorou, aos nove anos de idade tentou suicídio três vezes, não teve coragem, fugiu, apanhou, brigou, gritou, desejou a morte, nada adiantou, ninguém a queria ouvir. Cresceu, aos 14 anos de idade já era madura o suficiente, desabafou, novamente de nada adiantou, de novo, e de novo, nada, decepcionou-se com quem mais confiava, fez novos amigos, entristeceu, se ergueu, confiou, errou, sofreu, perdeu a confiança pela segunda vez, trancafiou-se de forma mais segura, por horas chorou, as lágrimas não eram verdadeiras a dor ainda estava ali. Completou 16 anos, cortou os pulsos pela primeira vez, mergulhou, perdeu o ar, percebeu que em sua vida sempre faltou algo, e aquilo a sufocava, caiu em um poço sem fim. Tentou, lutou, chegou à metade do caminho, olhou para trás, viu seu passado. Aos 17 anos procurou a chave para se encontrar, se procurou, não sabia quem era nem onde estava, sufocou-se em sua própria agonia. Planejou um bom futuro, pensou em filhos, profissão, imaginou como faria tudo para ser uma mãe perfeita. Foi triste, procurou o amor, a felicidade, mas eles já estavam longe, ela jamais os alcançaria se perdeu mais enquanto procurava.

Jamais se encontrou, enfrentou, se defendeu, ouviu e assentiu, abaixou a voz, nada adiantou, ninguém a queria ouvir, desejou a morte. Demonstrou felicidade, distribuiu sorrisos, era tudo falso e ela sabia, cortou os pulsos, mergulhou a sua procura, não se encontrou, procurou de novo e de novo, não se encontrou, sabia que era tarde de mais, ela jamais se encontraria novamente. Cansou, sabia que tudo aquilo era uma farsa, ela já havia esquecido de viver, viver uma vida que não era dela, como poderia ser dela? Ela nem sabia quem era. Desistiu ali seria seu fim, já estava decidido, não mudaria de idéia, mesmo que mudasse já seria tarde, caminhou, apanhou a faca que estava guardada sentiu o gosto do metal, a lamina que perfurava e cortava bem ali, onde tudo começou, ali no centro de seu corpo, que um dia ela acreditou que a ligaria a um filho. Teria de terminar no ponto em que seria um novo começo, e pela primeira vez escorreu uma lágrima verdadeira, ela esqueceu de tudo que passou, apenas sorriu ao sentir pela primeira vez o verdadeiro gosto da lágrima.

Ela fez o que achou certo de sua vida, aquela que já havia acabado no dia de seu nascimento. E ela era só uma criança!

Natasha Leão

02/04/2011

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