sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crumbling

Suas lágrimas haviam secado, encontrou-se um dia sentada no chão de um quarto escuro abraçando um urso de pelúcia assustada e com medo, não sabia por que estava lá ela sempre foi tão adulta e agora se sentia apenas uma criança indefesa tudo o que queria era desabar em lágrimas, mas nada aconteceu nem uma única lágrima havia escorrido por sua face, muitas perguntas e alguns comentários que muito ouvia cercaram sua mente. Então ela pensou "Será?", "Isso não pode acontecer", "Eu tenho mesmo um coração de pedra?". Para ela era difícil acreditar no contrário, ela sabia que podia amar e que amava, mas algo dizia que isso não provava que ela tinha um bom coração, provava apenas que além de tudo ela era covarde, pois nunca havia declarado seu amor. Sonhava em ter filhos, em constituir uma família, mas algumas vezes sonhar não é o bastante, sonhar é apenas o começo. Ela queria se atirar no mar e sumir no imenso oceano, ela só queria se esquecer de tudo que a incomodava, esquecer de sua própria existência, talvez isso fosse o que ela precisava não existir, mas ela queria viver e acreditar em si, mas isso não seria possível ela jamais confiou em si e nem acreditava no que era capaz de fazer. Sabia que precisava levantar daquele quarto e descobrir o que a incomodava o que a deixava com medo e angustiada. Ouvia uma voz em sua mente tentando fazer ela se erguer, mas não tinha forças sentia-se fraca e desiludida, ela queria entender por que existia a discriminação e tentava descobrir o que se passava na cabeça dessas pessoas. Por que a julgavam? Por que a rotulavam? Ela queria ser normal e se encaixar no padrão da humanidade, mas ela gostava de ser diferente gostava de seu jeito e não queria mudá-lo só para ser aceita.

Pensava ser inútil lutar, ela já não conseguia se levantar. Sentia dores imensas e absurdas vontades de se destruir, tudo que acreditou foi em vão ela não iria mudar, não iria acreditar em si, mesmo porque não via motivos. Novamente tentou chorar e nada nenhuma lágrima novamente, o que teria acontecido a ela? Seu coração de pedra fez com que suas lágrimas secassem? Não era sua intenção nunca quis ter um coração de pedra, como havia chego a ponto de petrificar seu coração e como conseguiu? O que teria causado esse mal? Qual seria o remédio? Ela sabia que precisava de ajuda, mas era orgulhosa demais para pedir e mesmo que não fosse não teria a quem recorrer, já que não gostava das pessoas e as pessoas não gostavam dela, talvez fosse isso, as pessoas não gostavam dela, a encaravam de forma estranha, ela tinha medo. Será que foi culpa de seu coração e se ele assusta-se as pessoas, talvez por isso não a aceitavam. Ela queria se livrar do peso que carregava, era mais do que ela jamais aguentou, e se essa foi a causa de seu problema sobre coração petrificado? Como ela iria descobrir? Sua curiosidade sempre foi excessiva, tinha sede de saber estava sempre em busca de algo para suprir sua curiosidade, mas desta vez estava se sentindo aflita por não saber o que se passava com ela naquele momento, não suportava o sentimento, sentia-se presa a algo, queria encontrar sua liberdade, precisava de respostas. Ela cansou, já havia passado por mais coisas do que podia aguentar, estava prestes a desistir até que por fim sentiu algo estranho escorrer por sua face até chegar a sua boca e logo um sabor salgado, não acreditou no que estava acontecendo, uma lágrima? O que isso queria dizer? Seu coração voltou a bater? Saiu do estado de petrificação? Como? Desabou, chorou rios e oceanos, pela primeira vez sentia-se viva, livre, havia esquecido tudo exceto uma coisa! De si, sentiu que nada foi em vão. Era tudo estranho, novo talvez, mas ela gostou. Descobriu que quem sabe o novo não fosse ruim, podia até começar tudo de novo, só que dessa vez sem deixar seu coração virar pedra.

Natasha Leão

08/08/2011

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