segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que nem toda bebida me faz esquecer

Sinto-me destruída, porém ainda iludida
Demonstro força
apenas por medo.
Medo de machucar-me,
Pego um copo e sirvo-me uma dose
E outra em seguida.
Simplesmente nada.
Apesar de ter a força de vontade tenho também consciência.
O que me aniquila
Transformo-me em um nada
Nem cinzas, nem rosas, nem olho ou olhar.
Acreditei em uma mentira,
Sustentei-a com devoção
Fiz de mim um brinquedo em suas mãos
Fez-me por um momento sentir-me essencial
Até que por fim cansastes,
E resolveste destruir-me
Aos poucos...
Fazendo-me vil.
Fujo de ti.
Então me persegue,
Trazendo consigo lembrança e dores.
Tudo de que evitei até então
Transbordo em agonia
Sirvo-me outra dose,
Sinto-me reles.
Perco as esperanças,
Se é que um dia as tive.
Desapareço em mim!
Desapareço de mim!
Simplesmente desapareço.

Natasha Leão
26/06/2011

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